terça-feira, 17 de janeiro de 2012

COMPLICADO





Ele olha para o teto, pensando em como seria gastar todos aqueles segundos ao lado dela. Respira fundo; vira para o lado, rola na cama pensando em uma maneira de vê-la, de sentir seu cheiro, de beijá-la...
Começa a lembrar de tudo que aconteceu, de todos os momentos, aqueles maravilhosos em que esteve ao lado dela. Era difícil, mas sempre davam um jeito. Lembra-se de quando a pegava no colo para ouvir as gargalhadas dela mais perto, do primeiro beijo, da primeira briga. Recorda com carinho das vezes em que ela encostava a cabeça em seu peito e dizia que só estava alí para ouvir seu coração bater; e ele respondia: ele está batendo por você!
Finge não se importar e tenta enganar a si mesmo. Endurece por um pouco o coração quebrantado. Após seus cinco minutos de rudez, cai em si e começa a questionar-se se poderia ter feito diferente. Ele sabe, tem plena convicção de que tentou de todas as maneiras fazer o possível para vê-la feliz. Ele aínda o faz. Ele aínda tenta. Mas há uma barreira; que os impede de ficar juntos, pelo menos por enquanto, pelo menos por agora. 
Volta a revirar-se em sua cama, apertando forte o travesseiro na tentativa de conter as lágrimas que, perseverantes, saem rolando pelo seu rosto de barba mal feita. 
E assim segue nessa dança noite afora, tentando entender o porque de tudo isso ser tão difícil, tentando achar uma forma, tentando encontrar solução rápida para aquilo que só o tempo pode solucionar. 




Ela, por sua vez, agarra forte aquela pelúcia com que foi presenteada por quem  a jurou amor eterno. Chora desesperadamente por um terrível aperto no peito, uma mistura louca de saudade de estar com a pessoa e impotência por não poder fazer algo a respeito. 
Chora, sem segurar uma lágrima sequer; chora por quem ela diz valer realmente a pena. Pensa em como é incapaz de fazer a coisa acontecer, de como tem em sí uma tristeza sem igual porque não pode, não consegue estar com quem se ama. 
É como se estivesse trancada a sete chaves, entre quatro paredes. Compara-se a algo que sufoca de tal maneira, que se perde todas as forças...e só resta o choro. 
Lembra-se de todas as risadas enquanto ele fazia cócegas, do brilho nos olhos dele ao olhar nos seus, lembra-se do cheiro, sente como se a mão dele estivesse segurando a dela; escuta baixinho algo como se fosse ele sussurrando ao pé do ouvido: Estou aqui minha pequena, está tudo bem!. Mas percebe que não há ninguém ali. Só a imaginação, apenas a saudade!
Olha pela janela querendo fugir, mas não pode. 


Cabe a ambos esperar, deixar que o tempo passe e as coisas se ajeitem para que tudo termine bem. 
Mas esperar não é fácil, quando se anseia amar. 


É complicado demais. 





quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

SUPERAÇÃO





Chega!


Chega de ficar acomodado, estático em uma mesma situação, na mesma roda viva!
Acho que chegou a hora de mudar. Sim!
Chegou!


A verdade é que nada nessa vida é fácil. 
Embora passemos por problemas em diversos campos da vida, as coisas se ajeitam, de uma forma ou de outra. E quando algo se torna fácil, sentimos necessidade de novos desafios. E é aí onde entra a superação. 
Agora é hora de dar o passo maior que a perna, de arriscar! De tentar algo novo, algo melhor, algo melhor pra você, pra mim.
Agora é hora de arriscar. 
Se der certo, ótimo. Plano traçado e cumprido. Sorrisos, satisfação e todo aquele bom sentimento de resultado positivo. A realização nos motiva e novos horizontes animam, isso é fato; por isso sempre devemos procurar algo melhor. 
Precisamos arriscar para crescer! 
Mas... e se não der certo. 
Bom, felizmente a satisfação é a mesma. Se você arriscar por algo melhor, vai ficar feliz por sua grande coragem de meter as caras e correr atras da bola. Se não der certo, você estará motivado a tentar de novo.
A mudança faz bem, mesmo que esta não pareça dar certo de começo. A sua convicção de que foi o melhor lhe fará ver que chegou a hora de sair, de tentar. 
Chega!
"*Nós não nascemos andando, não nascemos falando , nem pensando tanta bobagem - e o que não podemos em hipótese alguma é perdermos o ânimo(...)e a nossa capacidade(...)de se superar e de viver."




Tá na hora de estufar o peito, abrir os braços pra esse mundão e gritar:


-Venha o que vier, estou pronto!


E que seja o que Deus quiser!






*Borges Junior. 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

PALAVRA FALADA, PALAVRA ESCRITA



Uma palavra. Agrada-me o conjunto delas, principalmente quando partem de ti. 

Gosto muito da palavra falada. Amo ouvir-te dizer coisas belas, cômicas, profundas...palavras. Gosto quando estas vem acompanhadas de um sincero sorriso brotando de tua face; quando dizes algo olhando profundamente em meus olhos, na tentativa de decifrar pensamentos, desvendar sentimentos meus. 
Gosto de ver-te fazendo graça com elas, jogo de palavras; muitas vezes deixando-me confusa ou botando-me a gargalhar com tamanha estupidez dita. Gosto quando quase não escuto as palavras, pois sussurras bem baixinho em meu ouvido, segredo nosso. Agrado-me de palavras deixadas ao pé do ouvido, juras de amor talvez, promessas de uma vida, palavras de um bom futuro. 
Gosto de ouvir as palavras; gosto de palavras faladas...


...mas a palavra escrita; ah, por esta sou uma eterna apaixonada. 
Amo ver-te expressando sentimentos por entre a caneta e o papel. Uma carta, um cartão, um bilhete, um eu te amo escrito em papel de bala...palavra escrita. 
Amo ler-te; passar a conhecer-te por tudo que você escreve.
Amo a palavra escrita; eterno replay de palavra falada. Materialização de tudo que um dia pensou dizer, e guardou consigo, até passar para o papel.A Caneta e o papel. 
Toda vez que estiver longe, conforto-me, lendo e relendo tudo que um dia já foi escrito por ti. E um filme começa a passar em minha mente, lembranças de teu rosto, teu olhar, teu sorriso; lembro-me de tuas palavras faladas, por meio de tua palavra escrita. É como escutar-te falando comigo bem baixinho, ao pé do ouvido, sua voz ecoa em minha cabeça enquanto meus olhos percorrem tua palavra escrita no papel.
Guardo em meu coração todas as tuas palavras faladas...tantas, e ditas em tantos momentos. Guardei. 
Tenho também comigo todas as suas palavras escritas, que confesso não são muitas. Preferes palavra falada...

...mas eu? Ah, amo a palavra escrita.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

AMOR É O QUE SOBRA



Em uma dessas minhas pausas para reflexão, aventurei-me em tentar desvendar o que é o amor. 
Acabei por me surpreender quanto a conclusão a que cheguei. 
Ao contrário do que muitos dizem, creio que amor é o que sobra. 

Quando damos a nós a chance de nos relacionar com alguém, o começo quase sempre é perfeito. Arrisco dizer que pode ser comparado a perfeição pois tudo ocorre de tal maneira, que parece não haver defeito em nenhuma das partes. 
Olhos lindos, sorriso cativante, beijos que calam a qualquer um que ouse dizer que ali não há amor. Tudo combina, tudo encaixa, tudo se completa. 
Tudo ocorre perfeitamente...

...mas não continua assim. O relacionamento começa a assumir uma fase totalmente diferente de toda a paz e perfeição antes vivida. Os sorrisos transformam-se em lágrimas, as risadas em gritos, os olhares já não existem, discussões acontecem, conflitos de personalidade que tendem a retratar o fim. Lá se foi a perfeição...

...mas isso também passa, há uma certa estabilidade.

E é aí que o verdadeiro amor aparece. 
Quando já não há mais toda aquela empolgação de inicio, quando não há o choque emocional de primeira briga. 
Quando você passa a se ver todos os dias ao lado de quem diz amar; quando percebe que existe defeitos, divergência de opinião e conflitos de personalidades diferentes e percebe que tudo isso não é sequer notado quando para pra pensar em todas as coisas boas que o outro te faz; quando você imagina-se em tamanha intimidade a ponto de notar que o outro está ao seu lado em, definitivamente, TODAS as coisas; quando a atração física dá lugar ao cuidado e a preocupação; é quando o amor aparece.
Quando toda a futilidade julgada como importante passa a tomar o seu devido lugar; quando coisas que você nunca pensou notar em alguém começa a ser o mais importante; ah, isso sim é o amor. 
No começo o amor é visto como um diamante, mas ao longo do caminho percebemos que nosso diamante é bruto. Cabe a cada um lapidar-se onde for preciso, por mais que talvez não julguemos necessário.
 

E depois de tudo isso, o que sobra é o amor.